Desde que cheguei em Paris estou querendo escrever sobre a exposição super interessante que eu vi no Palais de Tokyo. Finalmente consegui um tempinho. Infelizmente, a exposição acabou neste último domingo, mas quem tiver a chance de vê-la em outro lugar, vale a pena.
O trabalho tão especial é do artista Patrick Neu (1963), que mistura técnicas tradicionais e diferentes suportes ao propor novas experimentações e interpretações da História da Arte.
Para isso, Patrick se apropria de obras importantes de mestres como Ingres, Bosch, Le Douanier Rousseau e as desenha, com incrível virtuosismo, usando fumo negro em taças e painéis de vidro em móveis.
A escolha do material evidentemente não é gratuita. Segundo o artista: “Estes são materiais que aparecem frágeis, mas que não são necessariamente. (…) A vida é muito frágil, muitas vezes, não temos consciência disso”.
Além do fumo e do vidro, o artista também explora outros materiais que podem parecer muito frágeis, como: asas de abelha (com o que ele constrói uma veste de guerreiro primoroso), asas de borboleta, cristal, cera, casca de ovo etc.
É nesse constante diálogo entre materiais e referências históricas que Patrick imprime seu trabalho de pesquisa, memória e experimentação.